28 de janeiro de 2009

Falando abertamente.. desculpe por não ter lido os textos, desculpem meus colegas de trabalho pois eu não tinha o que compartilhar a cerca do assunto, desculpe Diego por se tratar sim de uma falta de respeito com teu esforço e trabalho, desculpe trabalho por eu não ter procurado entender este teu lado sendo assim preconceituoso contigo, desculpe mim por não ter me organizado neste sentido.
Depois de limpar minhas fraldas cagadas por não ter lido o texto, por ficar fora d'água, por me encantar com a aula da Ale e é óbvio que não sou louco nem besta (li os textos); segui....

adentrando o vídeo ...

deparei-me no youtube com o seguinte vídeo, que vinha anexado com as informações: o hit do carnaval de 2009, você nunca viu nada igual, uma música para toda família.
o vídeo é uma manipulação interessante de palavras, mas o que mais chamou a atenção foi as passagens/rolagens e reaproveitamento das palavras. O texto é um contínuo zap em um looping de axé. E pelo que captei do texto 'O vídeo é o corpo' pergunto: 'Cadê Xoxó 'será arte????

Luíza o 'esquilo' me me enrolou também.

Anexo aqui


Cadê Xoxó - crédito Kibe Loco

7 comentários:

  1. Do meu ponto de vista, não chamaria o vídeo de arte, nem mesmo se o autor o considerasse, uma vez que não há discurso poético-simbólico. É bem-humorado, mas recruta brincadeiras semânticas e um modelo imagético-publicitário largamente já utilizados.

    Traduzindo:

    Mas nem que a vaca tossisse eu chamaria esse vídeo de arte só porque o cara que fez quer que seja. Ele só fica usando umas coisinhas já vistas na tv, e também porque já ouvi esse tipo de música na rádio, que nem a festa da paula, paula dentro e paula fora.

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  2. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhrghhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!
    olha o esquilo aí de novo! é importante o cara que fez querer que seja arte? e é preciso ser inédito?
    isso me dá um nó!

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  3. sim, acho que a intencionalidade é um dos principais aspectos da arte...

    agora, ser inédito não acho mesmo que seja necessário, mas é preciso apresentar algo de particular/singular quando da exploração do meio - audiovisual, no caso.

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  4. hum hum hummm.
    Certo falando/entendendo/questionando/apreendendo da perspectiva do Diego.
    No caso a intencionalidade deve estar presente no emissor? Ou seja o executor? Ou a arte pode estar APENAS no receptor e este então fazer arte ao interpretar algo a sua volta e reprocessá-lo internamente?
    Isso colocaria a arte como processo comunicacional depedendendo de um emissor que tenha uma intenção e trabalhe através de uma novidade ou reprocessamento com algo singular usando um meio?
    A arte depende de publicidade? A questão se torna redundante caso o artista seja visto quanto emissor.

    No videodança nas etapas : pesquisa, ensaio(edição, pós-produção), publicidade. Há transformações de posições entre Emissor, Meio e Receptor?

    Estou fazendo estes questionamentos como uma forma de entendermos o processo, uma vez que trabalhamos em cima dos trabalhos deste artista (Diego Mac) entender como ele entende arte, dança e afins acho importante.

    Afinal de contas... eita esquilo maldito!

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  5. É uma boa discussão!

    Primeiro, temos que ter a noção de que atuamos a partir da arte e de seu sistema, lógica, teorias, etc. Outras áreas do conhecimento são fundamentais para que se possa debater sobre ela, mas apenas como contraponto. Arte deve ser pensada e percebida a partir dela mesma; assim como a dança, assim como obras e artistas (questões formalistas).

    O sistema da arte é composto de 3 agentes: produtor/artista/obra, comercializador/crítica e público. Assim, há, evidentemente, mobilidade e deslocamentos de papéis: ora sou artista, ora público ou comercializador e crítico.

    O que legitima obras e artistas? O sistema.

    Quando falamos nas possibilidades de atribuir a um movimento do corpo qualidades artísticas e legitimá-lo como dança somente pelo desejo particular de que isso aconteça, estamos falando de legitimação dentro de um dos agentes do sistema, o do produtor/artista/obra (e, por enquanto, é legal fazer um exercício de atentar somente para ele, pois os outros dois pontos de vista requerem outra discussão).

    Quando Duchamp desejou colocar o mictório num espaço de exposição, obviamente necessitou dessa legitimação particular de que o objeto e sua idéia para com ele fossem arte.

    Então, quando falo em intencionalidade me refiro ao desejo de publicar no mundo um questionamento poético-simbólico particular sobre ele. E isso é fundamental para começar a configurar coisas como obras de arte. É preciso, quando da publicação de algum produto, nele colar um selo que informe que aquilo tem pretensões de ser arte, ou pelo menos de discutir sobre ela e todo seu sistema.

    O público da arte, outro agente do sistema, não pode sozinho configurar um produto artístico. Ou seja, não há como olhar para o telefone que está ao meu lado e criar, apenas no plano da imaginação, situações, questionamentos e idéias possíveis para que o telefone e seu contexto sejam arte. E aí entramos mais uma vez na questão da forma. De que maneira posso, então, dar/criar uma forma para essa imaginação que fiz do telefone? Volta o comentário do esquilo, da Susanne:

    "A gesticulação, como parte de nosso comportamento real, não é arte. É
    simplesmente movimento vital. Um esquilo, espantado, sentado nos quartos traseiros
    com uma pata contra o coração, faz um gesto, e um gesto muito expressivo. Mas não
    há arte em seu comportamento. Ele não está dançando. Apenas quando o
    movimento que era um gesto genuíno do esquilo é imaginado, de maneira que possa
    ser executado isoladamente da mentalidade e situação momentânea do esquilo, é
    que se torna um elemento artístico, um possível gesto de dança. Então ele se torna
    uma forma simbólica livre, que pode ser usada para transmitir idéias de emoção,
    consciência e pressentimento, ou pode ser combinado ou incorporado a outros
    gestos virtuais, a fim de expressar outras tensões físicas e mentais." (LANGER, p.
    183)

    O que ela diz? Que são necessários dois procedimentos: a) a imaginação dessa situação, questionamentos, idéias sobre o esquilo ou telefone, por parte de alguém, e, nesse momento, desse alguém não se faz distinção entre artista ou espectador, pois todos seremos artistas em potencial; mas veja bem, em potencial, “um possível gesto de dança”; b) para que esses papéis se definam, vem o segundo procedimento que Susanne aponta, tornar essa imaginação uma forma simbólica, capaz de ser usada para outros fins. Ou seja, é preciso publicar, dar a ver minha imaginação e questionamentos sobre algo.

    Nesse sentido, entendendo ‘publicidade’ de maneira ampliada, ela é indispensável. Mesmo um quadro de Picasso, com sua imaginação formalizada em tecido, tintas, pinceladas, cores e temas, se nunca exposto, não poderá ser percebido como arte – a não ser que a proposta mesma da obra seja ser enterrada. Mas para que isso acontecesse, seria necessário publicar tal idéia, colocá-la em jogo com o meio/sistema.

    E aí entra outro lado dessa discussão por parte do artista, que é o jogo com o meio. Jogar com ele é descobrir estratégias particulares que coloquem em debate a sua natureza. Ao realizar um trabalho em vídeo é preciso, ao mesmo tempo em que se lança mão de temáticas diversas, propor questionamentos sobre o próprio vídeo. E isso não fica limitado, apenas, às técnicas da tela, por exemplo. Questionamentos sobre o vídeo devem abarcar também todo o meio/sistema no qual ele está inserido: sua critica, seus modos de difusão, suas qualidades e estratégias estéticas e de linguagem, suas temáticas, seu público, etc.

    Lançado no sistema, e o questionando, a obra começa a dialogar com seus outros 2 agentes: crítica e público. São esse três fatores atuando em rede que configuraram a “A Fonte” de Duchamp como arte. E é assim com tudo.

    Há artistas que são super conhecidos, ótimos e legitimados mesmo sem estarem cientes de todas essas coisas? Sim. Muitos. Diversos. Inúmeros. Ou seja, é possível eu não saber disso tudo. Mas tudo isso está sempre acontecendo, mesmo com e nos artistas que optam por ignorar tais fatos. Por isso, escolho, mais do que saber como minha coxofemoral se articula, tomar consciência e tornar consciente algo que acontece comigo e com minha arte. Acredito, assim, poder dançar mais sabiamente no espaço que ocupo. Tal como fazemos quando treinamos nossa consciência corpóreo-espacial.

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  6. Ai delícia delícia enxota o esquilo!

    Primeiro gostaria de dizer que sim... eu tenho esse vocabulário comunicacional que preciso adequar o uso, normal quando você é profissional/estudioso de uma área usar os signos de sua área,; mas agora adentrando na parte teórica das artes tb praticar e colocar em uso o vocabulário, o pensamento e a reflexão da arte por ela mesmo é essencial.
    Agora com a explicação de público e significado, imaginação e publicidade (e aqui tb no sentido amplo) consegui botar o esquilo pra escanteio.
    E quanto ao estudo da arte teoricamente eu acredito, como um teórico inveterado , que siimmm é preciso (para mim) ler, discutir, teorizar pois afinal de contas são "coisas" que nos permitem ter uma base melhor, uma fundamentação e com certeza incrementam a criatividade. gosto de pensar no que estou fazendo, a Ale que o diga não!? hehehe

    Também li o link passado sobre formalismo, já esclareceu outras coisas a 'forma' alí explanada é bem menos feia do que ouvia por aí.

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  7. sistema. Uma palavra resolveu a questão. Sistema. tá, entendido.

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