Depois de limpar minhas fraldas cagadas por não ter lido o texto, por ficar fora d'água, por me encantar com a aula da Ale e é óbvio que não sou louco nem besta (li os textos); segui....
adentrando o vídeo ...
deparei-me no youtube com o seguinte vídeo, que vinha anexado com as informações: o hit do carnaval de 2009, você nunca viu nada igual, uma música para toda família.
o vídeo é uma manipulação interessante de palavras, mas o que mais chamou a atenção foi as passagens/rolagens e reaproveitamento das palavras. O texto é um contínuo zap em um looping de axé. E pelo que captei do texto 'O vídeo é o corpo' pergunto: 'Cadê Xoxó 'será arte????
Luíza o 'esquilo' me me enrolou também.
Anexo aqui
Cadê Xoxó - crédito Kibe Loco
Do meu ponto de vista, não chamaria o vídeo de arte, nem mesmo se o autor o considerasse, uma vez que não há discurso poético-simbólico. É bem-humorado, mas recruta brincadeiras semânticas e um modelo imagético-publicitário largamente já utilizados.
ResponderExcluirTraduzindo:
Mas nem que a vaca tossisse eu chamaria esse vídeo de arte só porque o cara que fez quer que seja. Ele só fica usando umas coisinhas já vistas na tv, e também porque já ouvi esse tipo de música na rádio, que nem a festa da paula, paula dentro e paula fora.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhrghhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirolha o esquilo aí de novo! é importante o cara que fez querer que seja arte? e é preciso ser inédito?
isso me dá um nó!
sim, acho que a intencionalidade é um dos principais aspectos da arte...
ResponderExcluiragora, ser inédito não acho mesmo que seja necessário, mas é preciso apresentar algo de particular/singular quando da exploração do meio - audiovisual, no caso.
hum hum hummm.
ResponderExcluirCerto falando/entendendo/questionando/apreendendo da perspectiva do Diego.
No caso a intencionalidade deve estar presente no emissor? Ou seja o executor? Ou a arte pode estar APENAS no receptor e este então fazer arte ao interpretar algo a sua volta e reprocessá-lo internamente?
Isso colocaria a arte como processo comunicacional depedendendo de um emissor que tenha uma intenção e trabalhe através de uma novidade ou reprocessamento com algo singular usando um meio?
A arte depende de publicidade? A questão se torna redundante caso o artista seja visto quanto emissor.
No videodança nas etapas : pesquisa, ensaio(edição, pós-produção), publicidade. Há transformações de posições entre Emissor, Meio e Receptor?
Estou fazendo estes questionamentos como uma forma de entendermos o processo, uma vez que trabalhamos em cima dos trabalhos deste artista (Diego Mac) entender como ele entende arte, dança e afins acho importante.
Afinal de contas... eita esquilo maldito!
É uma boa discussão!
ResponderExcluirPrimeiro, temos que ter a noção de que atuamos a partir da arte e de seu sistema, lógica, teorias, etc. Outras áreas do conhecimento são fundamentais para que se possa debater sobre ela, mas apenas como contraponto. Arte deve ser pensada e percebida a partir dela mesma; assim como a dança, assim como obras e artistas (questões formalistas).
O sistema da arte é composto de 3 agentes: produtor/artista/obra, comercializador/crítica e público. Assim, há, evidentemente, mobilidade e deslocamentos de papéis: ora sou artista, ora público ou comercializador e crítico.
O que legitima obras e artistas? O sistema.
Quando falamos nas possibilidades de atribuir a um movimento do corpo qualidades artísticas e legitimá-lo como dança somente pelo desejo particular de que isso aconteça, estamos falando de legitimação dentro de um dos agentes do sistema, o do produtor/artista/obra (e, por enquanto, é legal fazer um exercício de atentar somente para ele, pois os outros dois pontos de vista requerem outra discussão).
Quando Duchamp desejou colocar o mictório num espaço de exposição, obviamente necessitou dessa legitimação particular de que o objeto e sua idéia para com ele fossem arte.
Então, quando falo em intencionalidade me refiro ao desejo de publicar no mundo um questionamento poético-simbólico particular sobre ele. E isso é fundamental para começar a configurar coisas como obras de arte. É preciso, quando da publicação de algum produto, nele colar um selo que informe que aquilo tem pretensões de ser arte, ou pelo menos de discutir sobre ela e todo seu sistema.
O público da arte, outro agente do sistema, não pode sozinho configurar um produto artístico. Ou seja, não há como olhar para o telefone que está ao meu lado e criar, apenas no plano da imaginação, situações, questionamentos e idéias possíveis para que o telefone e seu contexto sejam arte. E aí entramos mais uma vez na questão da forma. De que maneira posso, então, dar/criar uma forma para essa imaginação que fiz do telefone? Volta o comentário do esquilo, da Susanne:
"A gesticulação, como parte de nosso comportamento real, não é arte. É
simplesmente movimento vital. Um esquilo, espantado, sentado nos quartos traseiros
com uma pata contra o coração, faz um gesto, e um gesto muito expressivo. Mas não
há arte em seu comportamento. Ele não está dançando. Apenas quando o
movimento que era um gesto genuíno do esquilo é imaginado, de maneira que possa
ser executado isoladamente da mentalidade e situação momentânea do esquilo, é
que se torna um elemento artístico, um possível gesto de dança. Então ele se torna
uma forma simbólica livre, que pode ser usada para transmitir idéias de emoção,
consciência e pressentimento, ou pode ser combinado ou incorporado a outros
gestos virtuais, a fim de expressar outras tensões físicas e mentais." (LANGER, p.
183)
O que ela diz? Que são necessários dois procedimentos: a) a imaginação dessa situação, questionamentos, idéias sobre o esquilo ou telefone, por parte de alguém, e, nesse momento, desse alguém não se faz distinção entre artista ou espectador, pois todos seremos artistas em potencial; mas veja bem, em potencial, “um possível gesto de dança”; b) para que esses papéis se definam, vem o segundo procedimento que Susanne aponta, tornar essa imaginação uma forma simbólica, capaz de ser usada para outros fins. Ou seja, é preciso publicar, dar a ver minha imaginação e questionamentos sobre algo.
Nesse sentido, entendendo ‘publicidade’ de maneira ampliada, ela é indispensável. Mesmo um quadro de Picasso, com sua imaginação formalizada em tecido, tintas, pinceladas, cores e temas, se nunca exposto, não poderá ser percebido como arte – a não ser que a proposta mesma da obra seja ser enterrada. Mas para que isso acontecesse, seria necessário publicar tal idéia, colocá-la em jogo com o meio/sistema.
E aí entra outro lado dessa discussão por parte do artista, que é o jogo com o meio. Jogar com ele é descobrir estratégias particulares que coloquem em debate a sua natureza. Ao realizar um trabalho em vídeo é preciso, ao mesmo tempo em que se lança mão de temáticas diversas, propor questionamentos sobre o próprio vídeo. E isso não fica limitado, apenas, às técnicas da tela, por exemplo. Questionamentos sobre o vídeo devem abarcar também todo o meio/sistema no qual ele está inserido: sua critica, seus modos de difusão, suas qualidades e estratégias estéticas e de linguagem, suas temáticas, seu público, etc.
Lançado no sistema, e o questionando, a obra começa a dialogar com seus outros 2 agentes: crítica e público. São esse três fatores atuando em rede que configuraram a “A Fonte” de Duchamp como arte. E é assim com tudo.
Há artistas que são super conhecidos, ótimos e legitimados mesmo sem estarem cientes de todas essas coisas? Sim. Muitos. Diversos. Inúmeros. Ou seja, é possível eu não saber disso tudo. Mas tudo isso está sempre acontecendo, mesmo com e nos artistas que optam por ignorar tais fatos. Por isso, escolho, mais do que saber como minha coxofemoral se articula, tomar consciência e tornar consciente algo que acontece comigo e com minha arte. Acredito, assim, poder dançar mais sabiamente no espaço que ocupo. Tal como fazemos quando treinamos nossa consciência corpóreo-espacial.
Ai delícia delícia enxota o esquilo!
ResponderExcluirPrimeiro gostaria de dizer que sim... eu tenho esse vocabulário comunicacional que preciso adequar o uso, normal quando você é profissional/estudioso de uma área usar os signos de sua área,; mas agora adentrando na parte teórica das artes tb praticar e colocar em uso o vocabulário, o pensamento e a reflexão da arte por ela mesmo é essencial.
Agora com a explicação de público e significado, imaginação e publicidade (e aqui tb no sentido amplo) consegui botar o esquilo pra escanteio.
E quanto ao estudo da arte teoricamente eu acredito, como um teórico inveterado , que siimmm é preciso (para mim) ler, discutir, teorizar pois afinal de contas são "coisas" que nos permitem ter uma base melhor, uma fundamentação e com certeza incrementam a criatividade. gosto de pensar no que estou fazendo, a Ale que o diga não!? hehehe
Também li o link passado sobre formalismo, já esclareceu outras coisas a 'forma' alí explanada é bem menos feia do que ouvia por aí.
sistema. Uma palavra resolveu a questão. Sistema. tá, entendido.
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