3 de agosto de 2009

Três moedinhas e uma abóbora

Foi minha capricornianisse aguda que me fez estudar Semiótica. O PRAZER DE DESCOBRIR novos significados, novos sentidos, vinhos novos em odres velhos. Odres. Vinagres.Foi meu amigo Charles Peirce e meu amigo Alexandre Silva quem me ensinaram que, na teoria do primeiro, o mundo real é inapreensível e tudo o que existe nele é mundo. Não há referentes que não interpretantes. Quando eu toco em uma xícara, ou mesmo olho pra ela, já não é xícara, mas a imagem, a sensação do toque que tenho dela. E, heraclitianamente falando, quando eu olhar pra ela novamente, já não será a mesma. O mundo é sempre uma novidade.Assim, “Abobrinhas Recheadas*” ganha lugar na existência humana quando faz ver a troca de sentidos. O diretor solicita a dois bailarinos – no total, são quatro: cada um sentado no meio do quadrado formado pelo público. Como em tudo, o espaço de dentro é o espaço cênico. – que executem uma ordem dada. A ordem é obedecida e a coreografia (É um espetáculo de dança!) se dá a ver. Entra uma música de filme. “E o vento levou...”, por exemplo. Os movimentos se repetem, os sentidos, no entanto, nunca são os mesmos. O significado é outro.O diretor fala ao microfone um texto sobre abobrinhas e como recheá-las. Então, a fala continua mesmo após a boca de Diego Mac, o próprio, já estar fechada. Não era ele quem ditava, mas um playback. Quase no final, voltamos pro início. Nesse espetáculo que não deveria sair de cartaz tão cedo, ou o espectador se acostuma com as mudanças de significado, ou abandona a própria vida. A terra era plana quando a percepção dela fazia crer que era assim. Mudou-se a percepção, mudou-se a definição. Nem redonda ela é mais hoje...Um longuíssimo (pra mim, até demais!) solo a partir de referências sonoro-musicais do pop acontece. A relação com “abobrinhas”, expressão que usamos como sinônimo de bobagem, faz ver que o tema é a valorização daquilo a que valor não deve ser dado. Aí vem “Construção”, de Chico Buarque, reproduzida na íntegra do primeiro ao último som, desconstruindo proparoxítona por proparoxítona cada referência pop do solo anterior.Tchaikovsky entra dançado com pantufas dizendo, talvez, que os cisnes enfeitiçados do lago somos nós muito mais em momentos do dia a dia que no estofado peludo de um sapato de salto raro. E Macarena, com apenas meia dúzia de passos, acaba sendo potência para mais que dúzias de movimentos tanto de bailarinos clássicos como de faxineiras ajoelhadas no chão dos nossos banheiros frios.Em época em que o Aquecimento Global foi desligado no Rio Grande do Sul, o Grupo Gaia veio mostrar sua existência. Um ato que se modifica a cada novo olhar, mostrando que o I Ching estava certo quando, há quarenta séculos atrás, dizia que a constância está na mudança.E que o recheio da abobrinha pode ser, dependendo do teu olhar, a própria e incrível abobrinha.* Espetáculo de dança contemporânea resultante da pesquisa "Reprocessamentos Coreográficos: traduções estético-culturais entre dança e vídeo."
Rodrigo Monteiro
Licenciado em Letras - Português/Inglês pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.Bacharel em Comunicação Social - Habilitação Realização Audiovisual pela mesma universidade. E mestrando em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
teatropoa.blogspot.com

30 de julho de 2009

ABOBRINHAS RECHEADAS: uma receita que dá samba... tango... pagode... rock


Você sabe o que é dança? Será? Se você não assistiu Abobrinhas recheadas, acho que você pensa que sabe... e não é uma questão de arrogância de minha parte, mas, de estranhamento.
Fui ontem ver este espetáculo. Minha colega de mestrado Daniela Aquino me convidou. Aliás, percebo que, ultimamente, não vou a mais a nada por iniciativa própria. Mas, embora isso possa parecer ruim, significa que tenho amigos que estão por aí, fazendo arte, expondo seus trabalhos e que me querem na platéia. Bom, mas, não fui com uma idéia pré-concebida. Não sabia o que iria ver. De cara, já gostei de sentar em pequenos pufs que formavam um quadrado, deixando o centro vazio. Estava disposta a ficar mais próxima do que estava para acontecer (nem sempre é assim).
Não vou saber como começou, nem tudo que vi. Minha memória não me ajuda e não fui preparada para fazer anotações. Então, vou comentar minhas impressões e para isso vou dizer que, enquanto, o elenco se apresentava, voltei no tempo e lembrei-me de um curso de dança que fiz com uma professora que tinha um método bastante diferente para a época. Falo dos anos 80. A idéia dela era que a dança podia partir de movimentos simples do corpo e que, deviam, antes de mais nada, não ser impostos por ela. A motivação de seus alunos devia ser as músicas, os ritmos, os sons. Buscando pensar menos no que fazer. Deixar-se levar pelo instinto, pela emoção. Lembrei ainda do quanto me surpreendia com a beleza dos movimentos que acabávamos criando, do quanto eram coreográficos, mesmo que não tivessem surgido com esta intenção.
É claro que não me lembrei disso tudo à-toa. O que acontecia na minha frente tinha um caráter de improvisação e ao mesmo tempo organizado e ensaiado, quase orquestrado pelo diretor que sugere movimentos ao microfone. Uma mão em movimento ganhava vida própria. Partituras repetidas em diversos ritmos, em situações as mais variadas. Eram apenas 4 pessoas: Daniela Aquino, Fabi Vanoni, Nilton Gaffre, Roberta Savian. O fato de eles estarem juntos, mas, também separados, ora sós, ora em dois, depois três, depois quatro... me deixaram a impressão de ter assistido a um corpo de baile. Mas, não pensem que existe alguma relação com um ballet clássico. Esqueçam. O projeto coreográfico de Alessandra Chemello e Diego Mac foge disso e o faz de uma maneira surpreendente, irreverente e competente (mais uma vez me aproveito de não ser crítica e usar todos os adjetivos que tenho vontade e até rimando). Isso não quer dizer que a gente até não possa se lembrar de algo assim quando Nilton e Roberta dançam juntos uma melodia romântica, mas, luvas de Box vermelhas nas mãos femininas lembram que “qualquer semelhança é mera coincidência”.
Todos os intérpretes (ah, era essa a palavra que eu procurava) nos dão aulas do que o nosso corpo é capaz. Mas, Nilton Gaffree me deixou de boca aberta, pronta para engolir uma abobrinha inteira! Sozinho, lá no meio, nos lados, na ponta, ele muda de forma vertiginosa de um ritmo a outro e deixa bem claro que música não é tudo igual e dança muito menos! Mudando de estilo incessantemente vasculha e caça sons e imagens em nossa memória.
Não bastasse tudo que eles nos dizem com seus corpos, o figurino é feito de camisetas variadas, coloridas e que trazem mensagens curiosas, inteligentes, engraçadas, reflexivas. E deixo para o final, mas, para mim, o ponto alto do espetáculo para falar sobre a trilha sonora. Ainda bem que a intenção destes dois jovens responsáveis por este espetáculo era nos divertir, pois, não dá para ficar impassível diante da seleção musical que eles fizeram. Abusaram dos clichês, misturaram a “baixa” e a “alta” cultura (será que ainda existe esta fronteira?). Apelaram para nossas reminiscências musicais, mas, rompendo com qualquer expectativa.
Outra parte do espetáculo que ficou registrada é a dança (?) elaborada ao som de Deus lhe pague de Chico Buarque. Um momento muito forte para mim do espetáculo. A letra desta música sempre me provocou um sentimento de desconforto. Uma bruta realidade me atinge e aquelas 4 pessoas mais uma vez, de formas diferentes, mas, sintonizadas, mexem com minhas emoções e aparecem na contramão do tom do espetáculo que até em tão havia me feito rir, se não de forma audível, por dentro. Aliás, fiquei aliviada ao ver agora, o folheto de apresentação e ler: “Cabe lembrar que não temos o objetivo de sermos engraçados. O ‘humor na dança’ não foi nosso objetivo de investigação. No entanto, como em tudo, não podemos negar as diversões que apareçam durante os percursos. Assim, esperamos que vocês também não neguem, caso o riso, em algum momento apareça.” Ufa! Tinha autorização do diretor para dar aquelas gargalhadas que surgiram espontâneas, assim como a dança de todos eles parecia vir da alma.
E no mais...blá, blá,blá.

PS: Esqueçam a Luana Piovani. Daniela Aquino é mais bonita e exuberante e está mais perto de nós gaúchos. Tivesse ela mais holofotes e ameaçaria Marilyn Monroe.

Deus lhe pague

Composição: Chico Buarque

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague
Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
Helena Mello
Jornalista e Mestranda em Artes Cênicas PPGAC/UFRGS
www.palcosdavida.blogspot.com

1 de julho de 2009

ALGUMAS FOTOS DO ENSAIO

Fotos de Cintia Bracht


































27 de junho de 2009



“Abobrinhas Recheadas” é um espetáculo de dança contemporânea resultante da pesquisa
“Reprocessamentos Coreográficos: transduções estético-culturais entre dança e vídeo”,
contemplada com a “Bolsa FUNARTE de Estímulo à Criação Artística 2008”.

Como reprocessamento das investigações poético-coreográficas que venho realizando, o
espetáculo “Abobrinhas Recheadas”, de forma bem-humorada, coloca em cena questões sobre
corpo, movimento e cultura pop através das relações entre dança e vídeo.

De que maneira as formas visuais de e em movimento podem ser deslocadas da suas criações
originais para assumirem outras estruturas de representação no corpo?

Com esta questão, a pesquisa direcionou-se para a descoberta de estratégias criativas pelas
quais é possível relacionar dança e vídeo, com o desafio de não cair nas enfadonhas imagens
de corpos treinados com técnicas específicas de movimento. Nesse sentido, a videodança aqui,
ou como se queria chamar os agenciamentos estéticos e culturais entre dança e vídeo, não se
refere apenas aos aspectos formais das linguagens e não tem um resultado audiovisual.
É, antes, uma maneira de pensar e de levar metodologicamente o processo criativo em arte.
É, antes, um agenciamento entre mundo-vídeo e mundo-dança. Videocoreografia, portanto,
possível de ser criada e percebida no corpo e no palco, assim como nos pixels e na tela.

Nesse sentido, com o desejo de debater os padrões de dança e de escritura da mobilidade
estabelecidos no campo da arte e nos processos midiáticos, o espetáculo foi composto a partir da
idéia de pós-produção.
Um conceito vindo do universo videográfico em que o processo criativo se dá pela apropriação e
manipulação de matérias e materiais já feitos e informados que circulam no ambiente cultural:
marcas da mobilidade do corpo já impregnadas na cultura.

Assim, uma famosa, única e infinitamente potente partitura de movimento foi utilizada para a
composição de toda estrutura poética do espetáculo, e o projeto coreográfico foi editado em função
de tal seqüência de movimentos pela qual são reprocessadas e enunciadas diversas mobilidades em
seus diálogos com o corpo, o jogo, a imagem e o som.
Cabe lembrar que não temos o objetivo de sermos engraçados. O ‘humor na dança’ não foi nosso
objeto de investigação. No entanto, como em tudo, não podemos negar as diversões que aparecem
durante os percursos. Assim, esperamos que vocês também não neguem, caso o riso, em algum
momento, apareça. Diego Mac.

FICHA TÉCNICA

Direção: Diego Mac.
Projeto coreográfico: Alessandra Chemello e Diego Mac.
Intérpretes: Daniela Aquino, Fabi Vanoni, Nilton Gaffree, Roberta Savian.
Trilha-sonora, figurino, cenário e produção: Alessandra Chemello e Diego Mac.
Assistência de produção e cenotecnia: Sandra Goulart dos Santos.
Design gráfico: TUPAX pindoramogràphïco.
Assessoria de imprensa: Lauro Ramalho.

Agradecimentos:
FUNARTE, Fabiano Carneiro, Coca-Cola, Thaís Alves, Luiza Moraes, Jenifer Guedes, Macarena, Myriam Vanoni, Marlboro e Free, Patrick Vargas, Isabella Vanoni, Buteco de Dança, João Henrique Natividade, Erva-mate Cristalina, Lourdes Dall’Onder, MSN, Carmem Salazar, June Machado, Pipocas Yoki, Cíntia Bracht, Nayla Modas, Café Melitta, Paulo Maurício (tio da receita), Los Del Rio, Camisetas da Hora.com.br, Pânico na TV, o tio do táxi, Superman, Abobrinhas, Blogspot, Adriane Mottola e Studio Stravaganza, Airton Tomazzoni, Cia. de Arte e Jussara Miranda.

22 de junho de 2009

Figurinos do AR

Gente

Acabei de fechar a confecção dos nossos figurinos com a Nara.
Não sei se vocês a conhecem, mas ela faz bastantes figurinos para teatro, especialmente.

A combinação é a seguinte.
Precisam ir até lá para tirar suas medidas até quarta-feira.
Amanha no ensaio, vamos refazer o look de cada um baseado nas idéias do último ensaio. Então quem tiver peças bacanas que queira que sirva de modelo para as partes de baixo, levem, por favor. Pois a ideia é que mostremos para a Nara o look de cada um para ela ter a ideia do todo.

Por favor levem camisetas e sapatos para o ensaio de amanha. Assim a ideia de cada look fica mais real.

O ateliê da Nara fica na rua Coronel Genuíno (quase em frente ao SENAC) tem uma placa escrito Nayla Modas.
O telefone, para quem quiser confirmar horário é 3226-1729.

19 de junho de 2009

CONCURSO RELÂMPAGO ABOBRINHAS RECHEADAS

Vote e ajude a escolher as 08 melhores frases populares reprocessadas.

Para votar, deixe um comentário no respectivo post do concurso contendo os números das 08 frases escolhidas por você. Lembre-se de informar também seu nome completo e e-mail.

As frases mais votadas aqui no blog, juntamente com o voto dos diretores e do elenco do espetáculo, formarão as 08 frases que serão usadas em algum momento da peça.

Os participantes que, em seus votos, acertarem as 08 frases mais votadas, ganharão um ingresso para assistir ao novo espetáculo do Grupo Gaia: Abobrinhas Recheadas!

Período de votação: das 24h do dia 20/06 às 24h do dia 21/06.

O resultado poderá ser conferido na estréia do espetáculo “Abobrinhas Recheadas”, dia 07/07, às 20h, no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mário Quintana.


***
  1. A coreografia dada não se olha os dentes
  2. A dança ensina a gemer
  3. A dança está nos olhos de quem a vê
  4. A dança fala pela boca dos pequenos
  5. A dança morreu de velha
  6. A dança não escolhe idades
  7. A Macarena a Deus pertence
  8. A Macarena é a alma do negócio
  9. A Macarena faz a força
  10. A tua dança acaba onde começa a minha
  11. Antes Macarena do que mal coreografado
  12. Aqui se dança, aqui se paga
  13. As más danças chegam depressa
  14. Cada dança no seu galho
  15. Cada dança tem sua tampa
  16. Cada dança uma sentença
  17. Coreografia vazia não para em pé
  18. Corpo mole em pedra dura, tanto bate até que fura
  19. Corte o corpo pela raiz
  20. Dança com dança se paga
  21. Dança com pele de cordeiro
  22. Dança dada não se olha os dentes
  23. Dança de peixe, dancinha é
  24. Dança que ladra não morde
  25. Dança ruim não quebra
  26. Dança suja lava-se em casa
  27. Dançando se vai ao longe
  28. Dançar não ofende
  29. Danças passadas não movem moinhos
  30. Dance o que digo e não dance o que eu danço
  31. De boas danças o inferno está cheio
  32. De dança em dança a galinha enche o papo
  33. De noite todos os corpos são pardos
  34. Depois da tempestade vem a dança
  35. Deus dá a dança conforme o corpo
  36. Deus dança certo por linhas tortas
  37. Diz com quem danças, que eu te direi quem és
  38. Duas danças com uma cajadada só
  39. Em corpo fechado não entra mosca
  40. Em terra de bailarino quem tem um neurônio é rei
  41. Enquanto há dança, há esperança
  42. Macarena e chuva, casamento de viúva
  43. Macarena no corpo dos outros é refresco
  44. Mais vale uma coreografia na mão do que duas voando
  45. Não diga desta dança não dançarei
  46. Não há nada como uma dança depois da outra
  47. Ninguém nasce dançando
  48. O que não tem coreografia coreografado está
  49. O que o corpo não sente a dança não vê
  50. Onde dança galo não dança galinha
  51. Para frente é que se dança
  52. Quando a dança é grande o santo desconfia
  53. Quem com dança fere, com dança será ferido
  54. Quem dança amigo é
  55. Quem dança de boca aberta, ou entra mosca ou sai asneira
  56. Quem dança por último dança melhor
  57. Quem entra na dança é pra se molhar
  58. Quem espera sempre dança
  59. Quem muito fala pior dança
  60. Quem muito fala pouco dança
  61. Quem não dança não mama
  62. Quem não tem abertura, caça com Macarena
  63. Quem sabe, dança, quem não sabe, ensina
  64. Sorte na dança, azar no amor
  65. Tudo vale a pena quando a dança não é pequena
  66. Uma mão lava a outra ambas dançam Macarena

MACARENA X TRISHA

gente, até a TRISHA tá dançando macarena!!!
http://www.youtube.com/watch?v=86I6icDKH3M&feature=related
não e ela ainda tb vê as pampaquets!!!!
TUDO!
MT BOM!