O ensaio de hoje foi pesado – daquela qualidade que se opõe ao leve. Talvez pelo fato de termos tido, pela primeira vez, uma conversa acerca das coisas todas que nos envolvem e que envolvemos: carnes, espaços, movimentos, idéias, desejos, incômodos, pedras-no-sapato, etc. Talvez pelo fato da aula ter contribuído para que isso emergisse (o tema ‘aula’ gera sempre uma boa conversa!).
Da mesma maneira todos ficam/ficaram intrigados com alguma coisa, seja com a dança, com a sua dança, com o processo em si, confesso que fiquei incomodado com as não-leituras e a impossibilidade de discussão sobre o próprio projeto. Reiterando o que comentei quase no fim de nosso papo, não ler os textos, que foram ‘mastigadamente’ dados nas mãos, significa, pra mim, não me ler, não ler o terreno onde se está pisando, não ler Gaia, não ler-se nessa imagem que começa a ser desenhada em conjunto.
Aliás, o que (v)lemos do/no mundo? Essa é, talvez, uma das grandes perguntas do processo.
Estar imerso num trabalho requer relações com os nossos trabalhos individuais – o que chamo de estudo. E relacionar-se com nossos trabalhos individuais requer disponibilidades que não são evidenciadas somente no ato de comparecer ao ensaio. O ensaio é, na verdade, para o processo, o nosso ‘espetáculo de cada dia’. Um momento de convergência e mistura de nossas ações e reflexões no universo-arte e no mundo-projeto.
Talvez por isso a decisão da Roberta tenha sido, a meu ver, sábia e correta para com ela e para conosco. O tempo que a Beta mencionou não ter, não refere-se ao tempo objetivo das 3 horas de ensaio: é o tempo de relação para com seu trabalho, do qual ela precisa de férias.
Sim, isso é um trabalho. É uma pesquisa e como tal deve ser encarada. Há maneiras e maneiras de se pesquisar e estudar? Sim, há. Mas precisam, de alguma forma, ser feitas e ‘formalizadas’ no nosso ‘espetáculo de cada dia’.
Atuar e reger um espetáculo a cada ensaio não é tarefa fácil, e o suor desse trabalho é, por vezes, invisível a olho nu. Lentes, lupas, binóculos, óculos, aparatos de percepção e sensibilidade são fundamentais para que a pesquisa avance.
Felizmente, ao final de um ensaio como esse e após escrever este texto, pra mim fica mais nítida a imagem de que estamos todos começando a nos aparelhar e a sentir na carne os efeitos dessa ‘coisa toda mesma’...
Da mesma maneira todos ficam/ficaram intrigados com alguma coisa, seja com a dança, com a sua dança, com o processo em si, confesso que fiquei incomodado com as não-leituras e a impossibilidade de discussão sobre o próprio projeto. Reiterando o que comentei quase no fim de nosso papo, não ler os textos, que foram ‘mastigadamente’ dados nas mãos, significa, pra mim, não me ler, não ler o terreno onde se está pisando, não ler Gaia, não ler-se nessa imagem que começa a ser desenhada em conjunto.
Aliás, o que (v)lemos do/no mundo? Essa é, talvez, uma das grandes perguntas do processo.
Estar imerso num trabalho requer relações com os nossos trabalhos individuais – o que chamo de estudo. E relacionar-se com nossos trabalhos individuais requer disponibilidades que não são evidenciadas somente no ato de comparecer ao ensaio. O ensaio é, na verdade, para o processo, o nosso ‘espetáculo de cada dia’. Um momento de convergência e mistura de nossas ações e reflexões no universo-arte e no mundo-projeto.
Talvez por isso a decisão da Roberta tenha sido, a meu ver, sábia e correta para com ela e para conosco. O tempo que a Beta mencionou não ter, não refere-se ao tempo objetivo das 3 horas de ensaio: é o tempo de relação para com seu trabalho, do qual ela precisa de férias.
Sim, isso é um trabalho. É uma pesquisa e como tal deve ser encarada. Há maneiras e maneiras de se pesquisar e estudar? Sim, há. Mas precisam, de alguma forma, ser feitas e ‘formalizadas’ no nosso ‘espetáculo de cada dia’.
Atuar e reger um espetáculo a cada ensaio não é tarefa fácil, e o suor desse trabalho é, por vezes, invisível a olho nu. Lentes, lupas, binóculos, óculos, aparatos de percepção e sensibilidade são fundamentais para que a pesquisa avance.
Felizmente, ao final de um ensaio como esse e após escrever este texto, pra mim fica mais nítida a imagem de que estamos todos começando a nos aparelhar e a sentir na carne os efeitos dessa ‘coisa toda mesma’...
Introdução à pesquisa [mode on]: funcionando!
Zap. Corta para a cozinha e um sanduíche bem gordo.
PS: Dani, temos saudade.
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