Colocar as duas mãos no teclado, para quem fez datilografia com eu, é também dançar. Muito bem, os dedos vão dançando pelas teclas, assim, alternadamente, hahaha. Deixar os dedões dançando livremente é muito importante. O significado do " dançando livremente" pode variar muito, como nós, os gaianos macarenos sabemos!
O ensaio de hoje foi para mim especialmente significativo, primeiro porque recebemos a notícia da primeira baixa no grupo, e para mim é uma baixa de altíssima importância. Vou sentir muita falta da Beta, porque ela, além do Di, é uma referência forte nesse negócio de dança. De volta, de retorno, de (re)descoberta, seja lá como for... De qualquer forma partir também é ficar. E muito dela fica em mim, principalmente a inteireza que ela demonstra como artista e como gente.
O outro ponto importante no ensaio de hoje é que senti pela primeira vez (ainda é cedo, recém o quarto encontro) um início de sintonia de grupo. Os jogos de hoje proporcionaram uma interação maior, uma brincadeira de olhos fechados, tempos e ritmos diferentes, um universo de possibilidades... Andar de olhos fechados, confiar na sua dupla, aceitar as propostas, reger um grupo de dança sem ver os bailarinos, e perceber como cada um recebe o "comando" isso é muito engraçado. Só isso já daria muito pano para a manga.
O "coro" que anda no mesmo passo, a densidade do momento que revela um sentimento maior, maior que a gente mesmo, que transborda e nos faz chover nas esquinas, nas linhas retas, de costas, de olhos fechados... E de olhos fechados apostar e não ter medo!
Assim me senti hoje: confiando de olhos fechados no processo. Mesmo estando num momento conturbado, artigo do mestrado para entregar, uma viagem transatlântica na semana que vem. O medo da ausência... Como será quando eu voltar? Será que ainda farei parte do grupo? Como o Diego disse hoje, somos feitos de carne, de ossos, de sentimento, de vontades... O grupo vai ganhando aos poucos vida própria. E essa vida que vai dar a cara do novo trabalho que nasce... Vai também mostrar o procedimento a ser usado e tudo o mais.
Ah, gostaria de dizer que o ensaio de terça foi muito bom para mim, e que a energia que senti foi muito boa! Uma energia de trabalho, de criação.
Estou curtindo muito o trabalho e vou sentir por ficar longe um mês! Mas é por uma ótima causa.
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Gaianos Macarenos, gostei ! Começarei a trabalhar em cima disso.
ResponderExcluirAparecimento de espécie rara desperta curiosidade de comunidade. Ainda com poucos dados divulgados a cerca desta descoberta pede-se a população que mantenha a calma. O mapeamento a cerca desta espécie, que está sendo chamada de Gaianos Macarenos, indica que estão concentrados no sul do Brasil e são inofensivos desde que não impedidos de dançar livremente.
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Quanto a saída da Roberta, uma pena, já vai dar saudades; o posto de observadora da Luíza e hoje da Fabi também e a impossibilidade da presença da Alessandra me faz reverberar aqui o que foi comentado em ensaio e agora, de certa forma, pela Dani: “você faz dança que legal! É bailarino então. - Também”.
Aí estamos nós 'dançando livremente'. Dançamos em verso e prosa, em samba e roda, de frente ou ré, vendo ou no escuro, aqui ou lá, o fato é que dançamos, que apostamos e confiamos e isso nos permite ter a pluralidade que vem surgindo e 'acolchoando o lugar' (termo usado pela Thaís hoje) para poder chocarmos as idéias/propostas e movimentos que chocarão a muitos, principalmente nós.
Saudade é algo que está se tramando em nosso processo? Saudades que a Roberta vai sair? Saudade da Dani que vai viajar? Saudade da Macarena??? Por qual razão reprocessar e transduzir senão por algo que se tenha uma ponta sequer de saudades?
'Saudade é Brigitte Bardot acenando com a mão em um filme muito antigo' (Brigitte Bardot - Zeca Baleiro)