5 de fevereiro de 2009

Poética das passagens na veia

Queridos amigos!

Esta é a primeira oportunidade que tenho para escrever, em dez dias... Desculpem se não estou conseguindo acompanhar muito bem a sequencia do blog.
Vou falar de sensações e de idéias que literalmente passam na frente da minha vista, dentro da minha cabeça, entranhado em mim, de uma maneira que só é possível na infância... Estou louca?
Acho que não! Sigam meu pensamento: Uma viagem para um lugar estranho fez com que as minhas referências e a minha identidade (ela existe mesmo?) se diluam no momento em que os idiomas se cruzam, as culturas se cruzam, as idéias dançam sem parar, e há dança, há poesia em tudo! E de uma forma muito estranha tenho lembrado de muitas coisas de infância, com detalhes que não sei se são verdadeiros ou não. O mais estranho é que hoje conversando com um amigo que está na Itália conversamos exatamente sobre isso. Fiquei bem interessada em pesquisar sobre isso.
Di! tu conhece o mapa do metrô de Paris? Cara, é a poética das passagens na veia! Cara, são doze linhas que se combinam de várias formas. Quando cheguei na Estação de Chatelet não teve como não pensar em ti!!!!!!!!!!!! Em nós!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Tenho caminhado muito, por muitos lugares. Até agora já passei por Paris, Veneza, Padova, Verona (sim! fui à suposta casa da Giulietta e também vi a sua tumba) e, pasmem! fui ovacionada por um grupo de chineses quando eu estava no Famoso Balcão!!!!!!!! Uma loucura! Ahahahaha! Hoje cheguei a Perugia, na casa de um amigo. Amanhã vamos a Assis, a cidade de São Franciso de Assis e de Santa Clara, o irmão sol e a irmã lua!
Em Paris assisti o ensaio do João Fernando e da Lorena (partner dele), ele estão numa busca bem interessante, que fala do acaso, do efêmero e do perecível.
Passagens, muitas, de avião, de trem, de ônibus! Caminhos e descaminhos...
A viagem está recém no seu décimo terceiro dia, mas a viagem para dentro de mim não pode ser mensurada, por exemplo, quando entrei na Basílica de Sao Marco, emVeneza, tive a sensação de já ter ido naquele lugar antes. Como se eu tivesse vivido nos tempos do Marco Polo... Acendi uma vela por todos nós na Basílica, e brindo cada cálice pensando em todos!
E ainda tenho muito para ver e viver... Quando puder conto mais!
Saudade de todos,
Beijos do tamanho do oceano atlântico que nos separa.

2 comentários:

  1. Dani!!!!!! Nada é por acaso... hoje mesmo falamos bastante em ti!!!!

    Tuas palavras caem em boa hora. Em ótima hora, aliás. Dá um alívio poder te ler feliz e totalmente encharcada do nosso e do teu processo.

    Parece que tuas palavras dançam, explodem da tela e fazem massagem nos meus ombros.

    Tantas coisas passam... ainda bem que algumas ficam! A saudadeé uma esteira de reciclagem...

    PS: já vou procurar já o mapa!!!!

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  2. Dani e gente gaiana,
    Sabe que me passa o mesmo com os trens daqui... LEMBRO MUITO MUITO da poetica das passagens.
    Alem do mais as estacoes subterraneas sao um corredor com uma conchinha de cada lado onde ficam as platarformas de embarque e desembarque e isso me lva direto a pensar em colocar alguem dancando ali pra que as pessoas "passem pela danca" ou a danca passe por elas, dependendo do pont de vista. Com tickets e passagens de aviao/trem/onibus, ingressos de teatro, fotos, cartoes postais, livros e tudo isso tbm... se reunir tudo que ja tenho ate agora da pra montar um mapa das minhas passagens. E isso é tao lindo. Me dei conta disso com o texto da Dani e me contaminei por essa felicidade das palavras a que o Di se refere. Acho que é um pouco diferente da Dani por que eu vim "pra ficar" mas me sinto como se estivesse permanentemente de passagem. É uma coisa muito doida o que PASSA detro da gente nesses shifts de lugar. A sensacao que tenho é a mesma de quando via a Dani dancando no Mulheres. Do "Cotidiano" com o Arnaldo, pra "Sonia" do NoPorn tem um oceano no meio, mas a gente consegue dancar nos dois "lugares". Acho que todo mundo devia PASSAR por esse tempo intenso de PASSAGENS. É revelador por demais!!

    bju pra voces!

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